terça-feira, 1 de dezembro de 2009

PETIÇÃO-CIDADÃ ANTEVENDO OS APAGÕES

Faço questão de publicar uns versos a mim remetidos pelo Dr. João Pereira Neto, juiz de direito da 2ª vara da comarca maranhense de Grajaú.

Quando titular da comarca de Santa Luzia do Paruá, o juiz João Neto recebeu uma petição do cidadão LUÍS DOS SANTOS CASTRO, então octogenário, devidamente envelopada, e mandou juntá-la nos autos de uma ação indenizatória por danos morais que o aludido sertanejo movia contra a Companhia Energética do Maranhão - CEMAR. Isso ocorreu em março de 2007. Os apagões tornaram-se comuns e as contas cobradas em todo o Brasil estão entre as mais caras do mundo. Vivendo e vivenciando essa situação há longos trinta anos em Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, sintam o protesto que faz bem para a alma ante a natural indignação de um homem do povo no pleno exercício constitucional da cidadania.

"VERSOS PARA AUDIÊNCIA

Senhor Juiz de Direito
Eu não tenho mais para onde apelar
Já estou com dor de cabeça
Só de tanto imaginar
Com a corda no pescoço
Colocada pela CEMAR

Não tenho com que pagar
Pois não tenho condição
Já faz bastantes dias
Que vivo nesta preocupação
Devido a tudo isso
É que me dói o coração

A CEMAR tem condição
Manda aqui nesta cidade
Eu sou um velho cansado
Com 85 anos de idade
Eu peço a ela mesma
Que me faça essa caridade

Por isso eu tenho vontade
De ajeitar minha sorte
Não quero fazer viagem longa
Pegar qualquer transporte
Eu quero tá no rio da vida
Não quero entrar no mar da morte

A CEMAR está agindo
Como o famoso chefe de Estado
Entrando na casa dos outros
Atirando pra todo lado
Parece até o George Bush
Querendo me ver enforcado

Eu me sinto aperreado
Sem dizer palavras feias
Não sei porque a CEMAR
Tanto a mim me odeia
Pelo jeito que eu vejo
Ela vai me deixar na cadeia

Eu moro em casa alheia
Vivo lá é de favor
A energia que tenho
É o pouco que me restou
Que a CEMAR quer tirar
Sem conhecer a minha dor

No peito eu sinto uma dor
Que invade o coração
Em vê uma empresa rica
Lutando com um cidadão
Tirando da boca dos netos
Os seus pedacinhos de pão

Por isso peço Justiça
Para me proteger
Desta perseguição
Não tô sabendo porquê
Muitos pagam pelo que devem
E querem que eu pague sem dever

Vou encerrar minha fala
Dizendo a que tenho direito
Moradia, saúde e educação
E incluindo o respeito
Será que vai ser a CEMAR
Que me privará desse direito?

Sou Luís dos Santos Castro
O poeta prejudicado
Que venho aqui com medo
De sair daqui lesado
Mas confiando no Sr. Juiz, quero a CEMAR do meu lado

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