quarta-feira, 21 de julho de 2010

O AMOR PACÍFICO DE HEITOR

Acabo de ler - ou devorar - as doze páginas de um livro intitulado Poemas do Mestre Heitor Moraes da Silva, recentemente editado por amigos e parentes de seu autor.

Na apresentação, a adolescente meiga e inteligente, Lara Louise, filha da professora de dança, Ana Flávia, neta da professora municipal Rosimary Moraes Azevedo e bisneta de uma das figuras mais influentes na vida pública de Alto Parnaíba em mais de meio século, a saudosa dona Ana Borges de Oliveira, além de um ter uma outra mãe do coração, a tia-avó Maria Filomena Costa Silva (Maria Filomena Biá), uma de nossas grandes alfabetizadoras, faz uma apresentação do autor e de sua obra primeira

Heitor Moares da Silva completará 84 anos de vida no próximo 06 de agosto, data do início do festejo da padroeira de Santa Filomena, nossa terra-mãe, é alto-parnaibano da gema, ou seja, descende diretamente dos fundadores da velha Victória do Alto Parnaíba, filho de José Moraes da Silva, o Zé da Prata, e de dona Alice Moraes da Silva.

Quando do êxodo que quase dizimou a população de Alto Parnaíba em busca dos garimpos de Goiás e da terra prometida com a construção de Brasilia e da Belém-Brasília (a grande rodovia que interliga norte e sul do país), Heitor também se aventurou pelas terras goianas e segundo Lara, chegou a fixar residência em Lagoa da Confusão, hoje Tocantins, quando aprendeu com os índios a técnica de fazer canoas utilizando apenas um tronco sem emendas.

De família de carpinteiros, Heitor seguiu essa bíblica profissão, se especializando mais como artesão. Solteiro, vive sozinho no bairro Santa Cruz, próximo a parentes que permanecem, como ele, em nossa cidade.

Em todas as poesias que compõe o livro, Heitor fala de amor, vive e se delicia com o amor verdadeiro, puro, ingênuo, doce como mel. Heitor não protesta de forma categórica, mais defende a paz na relação amorosa. Não deixa de ser singular, pois espécie de ermitão convicto, o bom Heitor, que estudou muito pouco, colocou no papel os sonhos acalentados de quem vive a solidão como se vivenciasse a multidão.

No momento em que o Brasil registra o assassinato de dez mulheres por dia, quase todas vítimas de seus amores criminosos, nada melhor do que levar a você, leitor, um pequeno trecho de um hino de um poeta nato às mulheres:

"O amor é um único espírito que vive dentro de dois corpos.
Amor não é morrer por um ser amado; e sim viver para estar ao seu lado.
Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas se dar ao outro para completá-lo.
A medida do amor é amar sem medida. O amor chega quando se menos espera e se vai quando se menos imagina". (do poema Amor - Espírito de dois corpos - pág. 05).

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