quarta-feira, 27 de abril de 2011

21 ANOS DEPOIS




Parece que foi ontem. A emoção é a mesma, as lágrimas teimam em se manifestar. Era o início da manhã de 27 de abril de 1990 e o coração de meu pai parava em definitivo para a vida terrena, após anos de bom combate, de labuta permanente, talvez cansado dos embates que tantos corretos homens públicos constumam vitimar. Ainda estudante de direito em São Luís, peguei um avião e fui para Alto Parnaíba, a mais de mil quilômetros, e encontrei uma cidade parada, um dia triste como se fosse uma sexta-feira da paixão. O luto era espontâneo e mesmo surpreso com aquela morte súbita que também me matava um pouco, me senti orgulhoso do pai que tive e terei sempre em todos os caminhos da vida que ainda percorrerei. O povo velava e chorava, sem pieguismo, a morte de seu prefeito, de seu líder, de um dos grandes construtores de nosso município.

Passados 21 anos, vejo a minha mãe, hoje com 82 anos, que após perder o companheiro de 40 anos, perdeu três filhos, atualmente perdida no tempo e no espaço, vivendo outra época, acreditando, em lapsos, que o marido continua vivo, sofrendo desse mal terrível que a medicina ainda não encontrou a cura, a síndrome de Alzheimer, na mesma velha casa onde moramos desde o princípio de tudo.

Passados 21 anos e carregando a glória e a herança de ser filho do político ainda reverenciado pela maioria de seu povo, as lembranças de Antonio Rocha Filho, o meu ídolo e pai, continuam vivas e presentes.

domingo, 24 de abril de 2011

PONTE DO CHAPADA

O brejo do Chapada, afluente do Parnaíba, é o primeiro que encontramos na estrada que liga a cidade de Alto Parnaíba, no sul maranhense, ao distrito de Curupá, uma importante via municipal, ainda carroçal, que atravessa uma das mais importantes e belas regiões de nosso município, praticamente seguindo o mesmo trajeto do maior rio genuinamente nordestino, divisa natural do Maranhão e Piauí.

Ante o tráfego intenso de veículos, ultimamente de caminhões e caçambas, a pequena ponte de madeira sobre o brejo do Chapada dá sinais de que está prestes a ruir, inclusive com a deterioração de tábuas no assoalho.

Urge uma reforma, que custará muito pouco aos cofres municipais em razão da pouca extensão do brejo e, consequentemente, da pequena ponte, que poderá facilmente ser substituída por um bueiro, por sinal, mais barato e mais seguro.

Fica o apelo público ao prefeito Ernani do Amaral Soares, cujo governo cascalhou aproximdamente 4 km da estrada a partir da cidade, para que adote medidas urgentes e até mesmo corriqueiras, ainda na semana próxima, evitando, assim, prejuízos maiores, inclusive de impedimento do tráfego de veículos e pessoas e mesmo uma tragédia.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

OBRAS PÚBLICAS

Ontem pela manhã passei rapidamente pelo antigo campo de futebol Orlando Medeiros e fiquei satisfeito com o andamento de algumas obras que interessam diretamente o município de Alto Parnaíba, o mais meridional do Maranhão.

Em construção, pelo Estado, os prédios do fórum e da promotoria de Justiça da comarca, encontrando-se o último em fase final. Em frente a ambos, os operários iniciam a preparação para o levantamento de uma creche, convênio obtido pelo prefeito Ernani do Amaral Soares, e de importância significativa para nossa comunidade.

Também com os muros e paredes externos pintados, o velho hospital público municipal, que o prefeito anunciou, em entrevista ao Carlos Biá em seu programa na rádio comunitária Rio Taquara FM, a sua reabertura e funcionamento para o final deste mês. Tomara que tudo se finalize com brevidade para o bem coletivo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

LUTO NA FAMÍLIA ROCHA

Um parente querido, amigo, alegre, de bem com a vida, assim era meu primo Saulo Antonio Formiga Rocha, que, aos 56 anos de idade, morreu ontem, em São Luís, no início da manhã, onde estava internado em tratamento contra um grave problema de coração que o levou a óbito. Quarto filho de meus tios Ben-Hur de Araújo Rocha e Eurídice Formiga Rocha, também falecidos, de uma grande prole de 16 irmãos, Saulo foi criado desde os primeiros dias de vida por nossa avó, Ifigênia do Nazareth Rocha, e por nossa tia, Tirzah de Araújo Rocha, ainda viva e convalescente de um derrame cerebral. No início dos anos 1970 e levado por nosso tio Corintho de Araújo Rocha, Saulo foi estudar na capital maranhense, de onde não mais saíu, contraindo núpcias ali com Lenir Mesquita, com quem deixou três filhos, Saulo Júnior, Emylene e Thiago, e três netinhos. Uma figura que cativava todas as gerações de nossa família, Saulo mantinha uma paixão comovente por nossa terra natal, Alto Parnaíba, no sul maranhense, que constantemente visitava, a margem do rio Parnaíba onde nasceu e a velha Fazenda Água Branca, que remonta ao nosso avô Antonio de Araújo Rocha e ao seu pai. Funcionário do Banco do Brasil por vários anos, Saulo era daquelas pessoas que nunca fez mal a ninguém, que gostava de comer, de beber com os amigos, de ficar próximo da família, vivendo intensamente cada instante da vida sem medo da morte. Enfim, deixa uma falta imensa. Que Deus o tenha ao seu lado.

terça-feira, 5 de abril de 2011

ADVERSÁRIOS HOMENAGEIAM JACKSON

Até os mais ferrenhos adversários políticos do ex-prefeito de São Luís e ex-governador do Maranhão, Jackson Lago, cujo corpo deverá chegar a São Luís no início da tarde para ser velado na sede do diretório regional do PDT na rua dos Afogados, centro histórico da capital maranhense, com honras de chefe de Estado, como o senador José Sarney e a governadora Roseana Sarney, se manifestaram reconhecendo o caráter, a probidade, a capacidade e a importância política do líder pedetista. Faço questão de reproduzir a nota do presidente do Senado: "A morte é um fenômeno transcendental que encerra todas as vicissitudes da vida. É com grande comoção que lamento o falecimento do Governador Jackson Lago, figura expressiva que dominou a política maranhense durante meio século. É com respeito que proclamo o seu caráter, a coerência na defesa de suas ideias e o idealismo com que exerceu os vários cargos que ocupou na vida pública. Ele deixa o exemplo de cidadão, de chefe de família, de homem público e o Maranhão tem a gratidão dos serviços que prestou à nossa terra. Eu e Marly nos associamos à dor de sua esposa e de sua família, do povo maranhense e da classe política pela perda que acabamos de ter. Pedimos a Deus que nos conforte com a lembrança de sua vida e de tudo de bem que fez pela sociedade, pelo Estado e pelo País". O belo e justo texto de José Sarney diz tudo.

A QUEM OS SINOS DOBRAM

Durante visita a Balsas, eu cumprimento o governador Jackson Lago, vendo-se, ainda, o ex-vereador Corintho Rocha Júnior (entre nós). Foto: Carlos Biá.
O Maranhão amanhaceu mais pobre. A dignidade na vida pública rompeu o dia em silêncio. A honradez passou a noite meditando. O sacerdócio da medicina está de luto. A política perde um de seus melhores quadros. A humanidade se penitencia diante de um extraordinário homem. No final da tarde de ontem, 04 de abril de 2011, no hospital do Coração, em São Paulo, o coração do humanista, professor, médico, político, administrador e, acima de tudo, de um ser humano incomparável, parou de bater. A mídia nacional, que jamais procurou entender o que aconteceu recentemente na vida política do Maranhão, parecia chocada. As lágrimas me vieram aos olhos e mesmo sabedor de seu estado delicado de saúde, eu não podia acreditar que meu líder, meu mestre na política, meu exemplo vivo de um homem de bem, enfim, que o doutor Jackson Lago estivesse morto. Pobre Maranhão, já dizia o Padre Antonio Vieira. Triste Maranhão de uma infeliz sina que quer se perpetuar sem dar alegria ao seu povo. O Maranhão perde o homem da resistência, que não temeu a ditadura militar e nem a ditadura do jaquetão ou da toga, que não se vendeu, que não se entregou, cujo calvário, como o do Cristo, carregou com incomparável dignidade e coragem pessoais. Quando perseguido pela ditadura que se esconde atrás das leis democráticas, tive no meu amigo e líder Jackson Lago o porto seguro, sem vacilar em momento algum sobre minha conduta ilibada, indo ao inimigo e assim como na ditadura, levantando a voz contra os abusos e a tortura, neste caso a tortura moral. Na reunião solena da OAB do Maranhão, em 09 de julho de 2004, no desagravo público a mim, ali estava o Dr. Jackson Lago, tendo ao seu lado, dentre outros companheiros, o lendário Neiva Moreira, um dos cinco primeiros brasileiros presos e torturados após o golpé militar de 1964, e da tribuna da entidade o veterano e grande advogado Sebastião Souza da Silva, que me representava e que nunca estivera antes ao lado de Jackson, de dedo em riste se dirigia ao grande brasileiro e setenciava: "eis, senhores, o eterno prefeito de São Luís, o político mais digno do Maranhão". O nome de Jackson Lago se confunde, pois, com dignidade. Jackson era a própria decência, era a essência de tudo de bom que o Criador esperava ao criar o homem. Ninguém mais cordial ou fraterno; ninguém mais responsável no trato da administração pública, no respeito com o próximo, na dedicação a curar doentes, na obstinação de resolver os crônicos problemas sociais que tornam o Maranhão o estado mais atrasado do Brasil. Hoje, as ruas estreitas e os sobradões da secular São Luís, a cidade a quem Jackson dedicou os melhores anos de sua vida, tornando-se o seu melhor prefeito, irão reverenciá-lo e chorar a sua morte. O seu povo, pasmo, dirá adeus e um até breve ao líder da resistência, ao senhor da coragem, à vítima de uma perseguição odiosa e de uma injustiça que o tempo denunciará. Ao meu líder e amigo Jackson Lago, daí de cima, olhando e velando por todos nós, o meu adeus, o meu até breve, a minha eterna admiração, o meu respeito incomparável. Assim como o Dr. Ulysses Guimarães ao nos deixar, os sinos também dobram e dizem amém pelo Dr. Jackson Lago, que dorme e descansa em paz!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

REFORMA DO HOSPITAL

O município de Alto Parnaíba, no extremo sul do Maranhão, foi contemplado, em 1975, com um hospital regional do então Inamps, por iniciativa do ex-deputado federal José Machado, atendendo pedidos do ex-prefeito Corintho de Araújo Rocha. O hospital, que recebeu inicialmente o nome do ex-prefeito Lourival Lopes, foi inaugurado ainda na gestão de Corintho Rocha e somente reaberto em fevereiro de 1983, quando meu pai, Antonio Rocha Filho, o Rochinha, voltou à chefia do município, permanecendo funcionando em sua plenitude, inclusive com sala cirúrgica, internação, consultório odontólogico, laboratório de analises clínicas, exames de R-X, equipe com seis médicos e uma enfermeira formada, até o final de seu governo, em 31 de dezembro de 1988, já que, no dia seguinte, o novo prefeito lacrou as portas da casa de saúde pública. Posteriormente, na administração da ex-prefeita Raimunda de Barros Costa, que também é médica, o hospital voltou a funcionar na parte ambulatorial, ou seja, parcialmente, e após o término de sua gestão, voltou a ser fechado. Agora, leio no Diário Oficial do Estado do Maranhão, edição de 10 de março último, aviso da Prefeitura de Alto Parnaíba anunciando a tomada de preços - nº 002/2011 -, e a abertura dos envelopes para 25 daquele mês, objetivando a reforma e melhorias no hospital público, com o atual nome de Zuza Soares, que foi prefeito três vezes de nosso município e é avô do atual prefeito, Ernani do Amaral Soares. Faço questão de registrar a notícia, pois estou contente com a decisão do prefeito, pois é inadmíssivel que uma obra de tamanha importância em um município com vasta extensão territorial e apenas com uma clínica e um hospital particulares, e um velho posto de saúde com condições mínimas de funcionamento, longe dos demais centros urbanos, que precisa urgentemente organizar a saúde pública, por essas e outras peculiaridades. Espero que o prefeito Ernani Soares, que é da área médica e há anos milita em nosso sistema de saúde, realmente implante as reformas e melhorias estruturais no hospital e o faça funcionar plenamente, pois é uma obra verdadeiramente prioritária.

sábado, 2 de abril de 2011

JACKSON LAGO NA UTI

Em consequência dos efeitos do tratamento quimioterápico para controlar um câncer de próstata, o médico e ex-governador do Maranhão, Jackson Lago, de 76 anos, se encontra internado, desde o dia 30 de março, na unidade de tratamento intensivo do hospital do Coração, em São Paulo. Segundo noticia em sua edição eletrônica na data de hoje, 02 de abril, o jornal O Imparcial, de São Luís, o filho do Dr. Jackson, Igor Lago, informou que o estado de saúde do pai é grave, o que foi confirmado por um dos assessores mais próximos do ex-governador, o ex-secretário estadual de Fazenda Azis Santos. Meu amigo pessoal e meu líder político, o Dr. Jackson enfrentou um verdadeiro calvário quando foi apeado indevidamente do governo do Maranhão, e desde então o seu estado de saúde vem se agravando. Conheço ou tenho notícia de poucos homens públicos com a integridade pessoal do Dr. Jackson, que, mesmo prefeito da capital maranhense por três vezes e governador do estado, além de deputado estadual e secretário estadual de Saúde, ele permanece com o mesmo patrimônio, fruto de anos de trabalho como médico e por herança da primeira mulher. É pobre, o que é raríssimo na classe política brasileira. E isso diz tudo do grande homem público.