domingo, 29 de julho de 2012

DROGAS NO LUGAR DO ESPORTE

Não estou exagerando e nem provocando sensacionalismo. Em parte, o título do artigo reflete a realidade nua e crua vivida no município sul maranhense de Alto Parnaíba nos últimos anos.

A Prefeitura passou crer à opinião pública que a simples criação de uma secretaria de esportes era a comprovação da existência de uma política voltada à prática e ao desenvolvimento de modalidades variadas de esportes no município. Nada disso. Apenas propaganda enganosa e a necessidade de empregar secretário e assessores em acomodações políticas e pessoais.

A quadra de esportes de Alto Parnaíba, a única existente é uma vergonha. Construída na década de 1970,a céu aberto, sem arquibacandas, no meio da praça central, com iluminação precarríssima - quando a luz não é cortada por falta de pagamento -, esse espaço é disputado por poucos desportistas que ainda mantêm a chama do futebol e do volley viva em nossa terra.

O campo de futebol é de areia e o nome "Serra Dourada" é uma afronta ao belo estádio de Goiânia. No início do ano, o atual prefeito, por incrível que pareça candidato à reeleição, anunciou com fogos, carreatas regadas a gasolina de "graça" e discursos inconsistentes, que um novo estádio seria construído, com arquibancadas, gramado, enfim, digno de nossa cidade. Até agora, ficou na pedra ou na lama inaugural. O estádio com essas características é o da vizinha cidade piauiense de Santa Filomena.

E vejam, sem saudosismo piegas, que Alto Parnaíba já teve um excelente futebol amador, desde que o médico Miguel de Lima Verde, nos anos 1920, trouxe uma bola e criou os times do Verde e do Encarnado, que vingaram por mais de trinta anos. Depois, o grande incentivador do esporte preferido dos brasileiros foi o professor e servidor dos Correios e Telégrafos Alberto Tavares, que, além de técnico, preparador físico, diretor e faz tudo no futebol alto-parnaibano, narrava os jogos entre os rivais APEC - Alto Parnaíba Esporte Clube - e MEC - Maranhão Esporte Clube -, do clube de Santa Filomena e de outros da região em um alto falante no estádio Orlando Medeiros, construído e gramado por meu pai, Antonio Rocha Filho, em sua última administração como prefeito em 1968, com a empolgação de um Jorge Cury ou de um Waldir Amaral.

Nos anos 1980 e 1990 outras tentativas foram feitas, com bons resultados, novos times sendo formados, como Union e Cascavel. Hoje, sem estádio, sem quadras esportivas, o nosso esporte não possui organização, calendário regular de competições, motivação para a juventude.

Sem esportes e com a propagação das drogas ilícitas, meu município vive quase uma endemia, onde o consumo de maconha, crack e até cocaína é praticamente público, além do uso de bebida alcóolica por jovens ainda cedo. A polícia vem fazendo, no máximo de sua estrutura local, o que é possível, com prisão de traficantes e apreensão de drogas. Falta o poder público municipal e recursos existem para isso. Falta visão política e vontade de investir em prevenção aos entorpecedentes, e a porta inicial é a prática do esporte. Onde estão as quadras de esporte nas escolas municipais? Em nenhuma. No interior do município? em lugar algum. E na cidade? apenas aquela que me referi no início. Se a criança e o adolescente se interessam pela prática esportiva, são incentivados e começam a exercitá-lo desde o início da vida, esse ensinamento se contropõe à vasta e impune propaganda do uso de drogas ilegais. É real. Falta governo na Prefeitura.


O candidato a vereador Wladimir Brito Rocha, um craque do nosso futebol, há muito tempo vem se preocupando com a situação precária do esporte em Alto Parnaíba, e agora obteve do candidato a prefeito Itamar Vieira, o compromisso de priorizar o esporte e sua organização em um eventual governo. Tomara que as famílias, os jovens e o eleitorado entendam com urgência essa necessidade, antes que as drogas finquem ainda mais seus tentáculos em nossa terra, pois se combate o mal com o bem; a doença com o remédio; a corrupção com a honestidade.  

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